quinta-feira, 20 de setembro de 2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012

COMO VAI A SUA TIREÓIDE? Fonte da matéria Despertai maio de 2009

SARA estava muito triste com a perda de seu bebê no início da gestação. Cerca de um ano depois, ela perdeu outro bebê. Diversos exames médicos não conseguiam revelar a causa. Com o passar dos anos, Sara começou a ganhar peso, mesmo controlando a alimentação e se exercitando regularmente. Também passou a ter câimbras nas pernas e ficou mais sensível ao frio. Por fim, exames de sangue e uma ultra-sonografia da glândula tireóide revelaram que Sara tinha uma doença chamada tireoidite de Hashimoto, a possível causa de seus abortos.*

Como a maioria das pessoas, Sara nunca se havia preocupado com a tireóide. Mas seus problemas de saúde mostraram como essa glândula é importante.

A glândula tireóide

  1. Traquéia
  2. Laringe (pomo-de-adão)
  3. Tireóide
A tireóide é uma glândula pequena, com o formato de borboleta, na parte anterior do pescoço, logo abaixo do pomo-de-adão. Pesando cerca de 30 gramas, ela tem dois lóbulos que envolvem a traquéia. Faz parte do sistema endócrino, um grupo de órgãos e tecidos que produzem, estocam e lançam hormônios — mensageiros químicos — diretamente na corrente sanguínea.
A tireóide consiste de numerosos e minúsculos folículos, ou sacos, cheios de um fluido viscoso que contém os hormônios da tireóide. Esses hormônios contêm uma alta concentração de iodo. De fato, cerca de 80% do iodo do corpo está na tireóide. Uma alimentação com falta desse elemento pode levar a um aumento da tireóide, ou bócio. Em crianças pequenas, a deficiência de iodo pode inibir a produção de hormônio e, conseqüentemente, retardar o desenvolvimento físico, mental e sexual — doença chamada cretinismo.

Hormônios da tireóide em ação

Os hormônios da tireóide são chamados T3, RT3 (T3 Reverso) e T4.# Tanto o T3 quanto o RT3 são derivados do T4, cuja conversão acontece principalmente fora da tireóide, nos tecidos do corpo. Assim, quando o corpo precisa de mais hormônios da tireóide, o T4 é lançado na corrente sanguínea e, de lá, ele e seus derivados conseguem agir em todas as células do corpo.
Assim como o acelerador controla a velocidade do motor de um carro, os hormônios da tireóide regulam o metabolismo — atividade química nas células que produz energia e tecidos novos. Dessa forma, os hormônios da tireóide estimulam o crescimento e a recuperação normais dos tecidos, interferem nos batimentos cardíacos e mantêm a produção de energia para os músculos e para o aquecimento do corpo.
Assim como o acelerador controla a velocidade do motor de um carro, os hormônios da tireóide regulam o metabolismo
Os hormônios da tireóide têm outras funções importantes. Por exemplo, ajudam o fígado a remover da corrente sanguínea o excesso de triglicerídeos e de lipoproteínas de baixa densidade, o chamado colesterol mau. O colesterol é transferido para a bílis e de lá para as fezes. Mas uma quantidade muito pequena de hormônios da tireóide pode causar um aumento do mau colesterol e uma diminuição de lipoproteínas de alta densidade, ou bom colesterol.
No trato gastrintestinal, os hormônios da tireóide aceleram a secreção de sucos digestivos e também aumentam os movimentos produzidos pelas contrações musculares (peristalse). Portanto, uma quantidade excessiva de hormônios da tireóide pode soltar o intestino, e uma quantidade pequena demais pode prender o intestino.

O que controla a tireóide?

O controle da tireóide começa na área do cérebro chamada hipotálamo. Quando o hipotálamo detecta a necessidade de hormônios da tireóide, ele envia sinais para a hipófise, que está localizada na base do cérebro, acima do céu da boca. A hipófise, por sua vez, libera um hormônio estimulante da tireóide (TSH, sigla em inglês) na corrente sanguínea a fim de avisar a tireóide para começar a produção.
Assim, ao examinarem os níveis de TSH e de hormônios da tireóide no sangue, os médicos podem diagnosticar a saúde e o funcionamento da tireóide. Isso é importante, visto que estamos sujeitos a ter problemas na tireóide.

Quando a tireóide não vai bem

A debilitação da tireóide pode ser conseqüência de uma alimentação pobre em iodo, estresse físico ou mental, defeitos genéticos, infecções, doenças (normalmente auto-imunes) ou efeitos colaterais de medicamentos prescritos para diversos males.% O aumento da tireóide, ou bócio, pode indicar uma doença. Esse aumento pode ser difuso ou em forma de nódulos. Embora a maioria dos casos de bócio sejam benignos, deve-se sempre procurar ajuda médica, visto que pode indicar um problema mais sério, como câncer.^
As doenças da tireóide podem se desenvolver de modo gradual e silencioso. Assim, a pessoa talvez tenha esse tipo de doença há anos e nem sabe
Geralmente, uma tireóide doente produz hormônios em excesso ou em quantidade insuficiente. A produção excessiva é chamada de hipertireoidismo, e a insuficiência na produção, hipotireoidismo. As doenças da tireóide podem se desenvolver de modo gradual e silencioso. Assim, a pessoa talvez tenha esse tipo de doença há anos e nem sabe. Como se dá com a maioria das doenças, um diagnóstico precoce pode fazer a diferença.

SINTOMAS COMUNS

Hipertireoidismo: Agitação em excesso, perda de peso inexplicável, batimentos cardíacos acelerados, evacuações mais freqüentes, períodos menstruais irregulares, irritabilidade, ansiedade, distúrbios de humor, olhos saltados, fraqueza muscular, insônia e cabelos finos e quebradiços.*
Hipotireoidismo: Preguiça física e mental, aumento de peso inexplicável, queda de cabelos, prisão de ventre, sensibilidade exagerada ao frio, períodos menstruais irregulares, depressão, mudança na voz (rouquidão ou voz baixa), perda de memória e cansaço.


*  Alguns desses sintomas podem ser causados por outras doenças latentes. Portanto, certifique-se de consultar seu médico caso não se sinta bem.
As doenças mais comuns da tireóide são a tireoidite de Hashimoto e a doença de Graves. As duas são auto-imunes — chamadas assim porque o sistema imunológico ataca células normais do corpo, identificando-as como tecido estranho. A tireoidite de Hashimoto é seis vezes mais comum em mulheres e, na maioria dos casos, causa o hipotireoidismo. A doença de Graves é oito vezes mais comum em mulheres e geralmente causa o hipertireoidismo.
São variadas as opiniões sobre a freqüência com que se devem fazer exames para diagnosticar doenças da tireóide, embora o exame em recém-nascidos seja de forma geral considerado importante. (Veja o quadro “Um exame importante para recém-nascidos”.) Caso um exame indique uma tireóide preguiçosa, costumam-se pedir outros exames que verificam se a glândula está sendo atacada por anticorpos. Por outro lado, se o exame indicar uma tireóide hiperativa, normalmente é feito um exame de imagem da tireóide, desde que a paciente não esteja grávida nem amamentando. Quando há nódulos na tireóide, talvez seja preciso fazer uma biópsia para determinar se são malignos.

UM EXAME IMPORTANTE PARA RECÉM-NASCIDOS

Algumas gotas de sangue coletadas do recém-nascido podem mostrar se há alguma anomalia na tireóide. Se os exames de sangue revelarem um problema, os médicos poderão tomar medidas corretivas. Uma criança que não tem suficientes hormônios da tireóide pode ter cretinismo, uma doença que retarda o desenvolvimento físico e mental. Por isso, os bebês são normalmente examinados alguns dias logo após o nascimento.

Quando é necessário um tratamento

Os medicamentos podem diminuir os sintomas do hipertireoidismo, como batimentos cardíacos acelerados, tremor muscular e ansiedade. Outro tratamento envolve a destruição de células da tireóide para que a glândula produza menos hormônios. E, às vezes, talvez seja preciso removê-la cirurgicamente.
Para pacientes com hipotireoidismo ou que tiveram sua tireóide removida, os médicos normalmente prescrevem doses diárias do hormônio T4. A fim de acertarem a dosagem, os médicos acompanham o tratamento desses pacientes. O câncer de tireóide pode ser tratado de diversas formas, incluindo medicação, cirurgia, quimioterapia e iodo radioativo.

VOCÊ TEM UMA BOA ALIMENTAÇÃO?

A nutrição adequada pode ajudar a prevenir problemas de tireóide. Por exemplo, sua alimentação inclui iodo suficiente, que é essencial para a produção dos hormônios da tireóide? Os peixes de água salgada e frutos do mar são excelentes fontes desse elemento vital. A quantidade de iodo em vegetais e carnes varia de acordo com a composição química do solo local. Para compensar a falta desse elemento na alimentação, alguns governos exigem que o iodo seja acrescentado ao sal de cozinha.
O selênio também é importante para a tireóide. Esse oligoelemento é parte da enzima que transforma o hormônio T4 em T3. Assim como o iodo, a concentração de selênio em vegetais, carnes e leite depende do solo. Frutos do mar e castanha-do-pará são ricas fontes de selênio. Naturalmente, se você suspeita que tem um problema de tireóide, consulte seu médico; não tente se tratar por conta própria.
Sara está se dando bem com o tratamento de reposição hormonal com T4, e uma nutricionista ajudou-a a planejar uma dieta balanceada. Os resultados têm sido muito bons. Assim como Sara, muitos descobriram que a tireóide pode ser pequena no tamanho, mas é grande na importância. Sendo assim, cuide bem dela — coma alimentos saudáveis que tenham iodo suficiente, evite o estresse crônico e faça o melhor para manter uma boa saúde.


*  Embora uma tireóide preguiçosa possa comprometer uma gestação, a maioria das mulheres com problema na tireóide dão à luz bebês saudáveis. Mas é extremamente importante que a mãe faça um tratamento de reposição hormonal, visto que, na gestação, ela é a única fonte de hormônio da tireóide para o seu bebê.
#  T3 significa triiodotironina, e T4, tiroxina. Os números 3 e 4 se referem ao número de átomos de iodo ligados ao hormônio. A tireóide também produz calcitonina, um hormônio que ajuda a regular os níveis de cálcio no sangue.
%  Despertai! não recomenda nenhum tratamento específico. Se você suspeita que tem problemas de tireóide, consulte um médico que tenha experiência na prevenção e no tratamento desse tipo de doença.
^  O risco de câncer é maior para aqueles que tiveram de se submeter à radioterapia na cabeça e no pescoço ou que já tiveram algum tipo de câncer ou em cuja família há casos de câncer na tireóide.
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Publicado em Despertai!  de maio de 2009

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